![]() terça-feira, 23 de outubro de 2007 - Trem com destino a estação de Ostersund saindo em 1 minuto! - Andem, vamos perder o trem! Sai correndo pela estação puxando Marie pela mão enquanto Mad, Bernard e Dominique vinham correndo atrás da gente, cada um carregando uma mala imensa. Samuel, Sávio, Viera e Manu se penduraram na janela do trem nos berrando e conseguimos saltar antes que fechassem a porta. Procuramos a cabine deles e depois de uma enorme confusão envolvendo abraços e apertos de mãos saudosos, conseguimos nos acomodar. - Pensamos que não viriam mais! – Samuel falou apoiando o pé por cima da Mad – Onde estavam? - Tivemos um acidente de percurso, alguém esqueceu a mochila em casa – disse olhando para Dominique - Minha credencial estava dentro dela, não posso chegar em Durmstrang sem ela! – ele se defendeu e rimos - Samuel, você e Sávio vão fazer o tour quando chegarmos lá? – Bernard perguntou - Ah com certeza! A experiência de estudar lá foi traumatica demais para eu esquecer cada canto da escola! – rimos – Em que vocês vão trabalhar lá? Eu vou ficar na canoagem, vendo as meninas de maiô no lago, e Sávio no remo. - Bom, eu e o Nique vamos fazer a cobertura dos jogos pelo jornal, temos acesso liberado em todas as arenas, a hora que quisermos – Manu falou imitando a cara de convencido do Dominique – E o Olivier vai ficar na Esgrima - Eu e Mad vamos ficar no decatlo – Marie começou a falar – Bernard no xadrez de bruxo e Ian vai trabalhar junto da equipe médica - Resumindo: só o Ian vai trabalhar de verdade, né? – Viera falou batendo nas minhas costas e todo mundo riu A viagem até a estação de Durmstrang durou cerca de cinco horas, mas pareceu ter passado em cinco minutos. A turma não se reunia há dois meses, e tinhamos muito assunto para pôr em dia. Antes que percebessemos, um homem imenso e com aspecto rude berrava do lado de fora dando as boas vindas ao Instituto Durmstrang. Samuel e Sávio se entreolharam quando viram o homem e podia jurar que ele recuou alguns passos quando os viram, mas não deu para ter certeza, pois nos misturamos aos diversos voluntários franceses e fomos empurrados pela multidão para uma estradinha de pedra que terminava em muros muito altos. Os portões se abriram e me deparei com um enorme castelo de cor escura bem afastado, e várias casas de estilo colonial nos arredores onde estávamos. - Repúblicas – ouvi Samuel falar baixo para as meninas – Aqui os alunos dormem nelas, mais legal que as casas de Beauxbatons. Sávio e eu éramos da Chronos. Um homem que aparentava ser o diretor da escola apareceu muito sorridente nos jardins para nos receber, e também a todos os outros voluntários que estavam chegando no mesmo horário vindo de outros países. Era muita gente! Fomos conduzidos por ele e algumas outras pessoas ao teatro de lá e não coube todos sentados, muitos estavam espalhados pelo chão ou de pé. Nos acomodamos pelo chão mesmo no fundo do teatro e passamos o resto do dia lá dentro, ouvindo palestras sobre como os jogos iriam funcionar, como deveríamos nos portar e o papel de cada voluntário. Foi até divertido, embora se tratasse de uma palestra. As perguntas que surgiam eram dos mais variados tipos, e a maioria delas provocava risadas coletivas. Já estava escuro quando saímos outra vez, e os alunos já haviam deixado as salas de aula e circulavam pelos jardins voltando para as repúblicas. Os voluntários estavam alojados dentro do castelo, em salas rearrumadas para parecerem quartos. E o melhor era que não estava determinado ainda onde cada um dormiria, tivemos o direito de escolher e nos organizamos para ficarmos todos na mesma sala. Algumas outras pessoas que não conhecíamos também dividiriam ela conosco, mas não tinha importância. Deixamos as malas no quarto e seguimos para o salão principal para jantar. O salão principal deles era o mais diferente possível do de Beauxbatons. Era mais escuro, embora não tanto, e as mesas não eram divididas pelas casas dos alunos. Notamos pelos poucos que ainda jantavam que cada um podia sentar onde quisesse. Todos os voluntários já estavam espalhados por ele e quando fomos procurar um lugar vazio, me espantei ao ver o Ty sentado na ponta de uma das mesas acompanhado de dois garotos, muito ocupado com o prato de bifes para reparar na movimentação. A idéia que me ocorrou pareceu ser a mesma para o resto dos meninos. Quase que ao mesmo tempo corremos na sua direção e seis pares de mãos voaram na cabeça dele, fazendo o prato de bife deslizar pela mesa com o susto que ele levou. Os outros dois garotos saltaram assustados e já prontos para se defender, mas Ty riu e fez sinal de que conhecia os malucos que bateram nele e os dois se desarmaram. - Cara, que diabos você está fazendo aqui nessa geleira?? – perguntei espantado - Mudança de ares, vim estudar aqui e ver se dá certo – ele respondeu ainda cumprimentando o resto do pessoal – Esses são Micah e Iago, amigos daqui. Esses malucos são de Beauxbatons. Quer dizer, eram. Todos já se formaram. O que estão fazendo aqui, afinal? - Voluntários das Olimpíadas! – Samuel respondeu animado, acenando para Iago junto com Sávio. Pareciam já se conhecer – Viemos trazer um pouco de calor a isso aqui, mas também fazemos papel de animadores de torcida se quiser - Merlin, não sabia que todos viriam. Esses jogos vão ser mais divertidos do que imaginávamos, podem ter certeza! – falou se virando para os dois amigos e eles riram - Ei Ty, já que você agora é um homem-pinguim, o que tem de bom pra fazer aqui depois do jantar? – Mad perguntou começando a dar indícios de que ia se entediar - Não podemos sair da escola durante a semana, só sexta, sábado e domingo. Mas no vilarejo tem muitos bares legais, já fomos conhecer alguns. Acho que vocês podem sair a hora que quiserem, não são alunos - Que idéia é essa de que não pode sair com a gente? – falei indignado – Precisamos de um cicerone e de preferência um que fale francês! Termine de comer os bifes, vamos agitar a cidade hoje! Ty olhou para os dois amigos rindo e eles não pareciam enfrentar resistência à ideia de quebrar algumas regras e escapar da escola numa quinta-feira. Sentamos ao lado deles e jantamos depressa, saindo do salão antes que a mãe de Ty aparecesse do nada e jogasse água no nosso esquema. Eles se misturaram no meio do nosso grupo e mais alguns voluntários de outros países que também decidiram conhecer a cidade e sem muita dificuldade chegamos ao lado de fora. Pela barulheira que vinha de um dos bares mais cheios não muito longe dali, tive certeza: ia gostar dessa estadia nesse lugar gelado... Agora se você vai se incomodar Então é melhor se mudar Não adianta nem nos desprezar Se a gente acostumar a gente vai ficar Não precisa ficar nervoso Pode ser que você ache gostoso Ficar em companhia tão saudável Pode até lhe ser bastante recomendável A gente pode te cutucar Não tenha medo, não vai machucar Ultraje a rigor – Nós vamos invadir sua praia quarta-feira, 17 de outubro de 2007 Os três porquinhos - Gobineau, vá até o Departamento de Cooperação Internacional em Magia e pegue uns arquivos com o Michaux para mim, por favor. Ele sabe do que se trata...
Fui até a parte bruxa de Paris e despachei os envelopes. Depois me sentei em um café e me estiquei. Há dias eu não parava um minuto para comer ou ver as pessoas andando. Acordava cedo e ia a Paris, ficava no Ministério até o fim da tarde, desaparatava direto no campo do time, onde tínhamos duas horas de treinos, seguidas... Em poucos dias descobri que Joseph Godoy era muito mais que um capitão rigoroso. Ele era paranóico com a idéia de ganhar todas as competições e os treinos estavam um verdadeiro inferno! Chegava em casa, às vezes experimentava um dos produtos culinários de Patrick, ou ia direto para a cama. Já estava sentindo falta das viagens, festas e bagunças com meus amigos, sentindo falta dos mimos da minha mãe, das broncas do meu pai, da Anne... Viver sozinho não estava se mostrando uma tarefa nada fácil! Fiquei vagueando uns minutos, até sentir um puxão grotesco no meu braço. Me virei rapidamente me preparando para reclamar e dei de cara com Sávio. Ele estava um pouco mais pálido e magro do que o normal, mas com a mesma expressão bem humorada. Sorri o cumprimentando.
Gostaríamos de confirmar a sua ajuda como voluntário nas primeiras Olimpíadas Interescolares. O senhor ficará responsável pela Canoagem, com mais dois voluntários. Os horários das provas estão fixados no verso. Os voluntários serão acomodados nos castelos de Durmstrang, Beauxbatons e Hogwarts em alojamentos próprios, e os locais também estão fixados no verso. Apresente-se sem atrasos no castelo de Durmstrang no dia 25 de outubro, às 9 horas da manhã para receber maiores instruções e seu crachá. Henri Michaux
quarta-feira, 3 de outubro de 2007 Já trabalhou como voluntário em uma Olimpíada? Não? Então que tal ter uma oportunidade única em sua vida de conhecer bruxos de todas as partes do mundo? Seja um voluntário no 1º Jogos Olímpicos Bruxos Interescolares e ajude a associação das escolas bruxas a realizar esse evento. Participe, seja um voluntário você também! Voluntários para as tendas médicas: - Pierre Kouchner - Cecile Vernet Estava parado em frente ao quadro de avisos do St. Napoleon no fim do plantão já de mochila nas costas e lia um pergaminho bem chamativo. Então teriam olimpíadas nas escolas? Por que esses eventos só acontecem depois que a gente se forma? Cecile veio animada até mim dizer que tinha se inscrito sem nem pensar muito e que Dubois liberaria os estagiários que fossem trabalhar nelas por três semanas, tempo que durariam os jogos. Puxei uma pena do bolso sorridente e coloquei meu nome no papel. Três semanas sem ver a cara de trasgo do Dubois cairiam bem. E ainda poderia reencontrar os amigos que não vejo desde que as aulas terminaram. Perfeito. Cecile voltou para transferir os pacientes pendentes a Pierre antes de ir embora e despedi-me dela muito cansado, porém animado. Era a primeira vez desde que comecei a trabalhar no hospital que estava saindo antes de escurecer, o que significava que poderia buscar Marie no trabalho e depois sairmos para comer alguma coisa. Não estava com disposição de andar, tampouco aparatar, então peguei o metro trouxa. Estava quase cochilando quando ouvi um grupo de turistas exclamar que haviam chegado ao Louvre e levantei assustado, descendo atrás deles. Não vi sinal dela quando cheguei, então sentei em um dos bancos do saguão de entrada para esperá-la. Estava distraído olhando uma escultura do meu lado quando minha visão foi obstruída por uma massa de cabelos loiros e minha bochecha foi apertada com força, recebendo um beijo em seguida. - LUKE! – Mad apertava minhas bochechas de novo – Quanto tempo! Estava com saudades já! - Oi Maddie – a abracei com força a erguendo do chão um pouco e apertei suas bochechas também quando a soltei – Como está indo no trabalho? Já enlouqueceu? - Que nada, estou adorando! Nunca achei que fosse gostar tanto de trabalhar em um museu. Mas estamos falando do Louvre, não um museu qualquer! - Uau, que evolução! – falei rindo – Gabriel fez um excelente trabalho! - Ah cale a boca – ela me deu língua, mas riu em seguida – E você? Como está indo no St. Napoleon? - Estou um caco, é muito cansativo, mas estou adorando também. Tem horas que dá vontade de empurrar o paciente pro lado e deitar na cama com eles pra cochilar um pouco – ela riu - Precisamos marcar com a turma de tomar nem que seja um café por cinco minutos, não vejo mais ninguém! Está tudo tão corrido, com o trabalho aqui e a faculdade, que só vejo a Marie. Não agüento mais olhar pra cara dela! – disse rindo - Eu ouvi isso! – Marie apareceu no saguão com a mão na cintura, mas rindo – Mas tudo bem, também não agüento mais ver você todo dia. Olá, olha quem saiu para ver a luz do dia – ela sentou do meu lado me abraçando e me beijando - Por favor, olha o respeito, eu estou aqui do lado! – Mad brincou - Ignora ela, amor – botei a mão na cara dela empurrando pro lado – Quer sair pra comer alguma coisa? - Proposta tentadora, acho que vou aceitar! - Obrigada, não estou com fome, fica pra próxima – Mad falou fazendo cara de cínica - Pode ir conosco, Mad – falei fazendo uma cara solene e ela riu – Sua companhia é sempre agradável - Que fofo que você é – ela tornou a apertar minha bochecha – Mas não tenho cara de castiçal, vou pra casa dormir e aproveitar que amanhã cedo não temos aula - Ian, ficou sabendo que vão ter olimpíadas em Beauxbatons? – Marie mudou de assunto – Mad e eu estamos pensando em nos inscrevermos para voluntárias - Fiquei sabendo hoje! – falei animado – E já coloquei meu nome como voluntário para trabalhar nas tendas médicas - Não temos nada da nossa área para trabalhar lá, então vamos nos inscrever para qualquer coisa mesmo. Samuel mandou uma coruja pra Mad ontem e disse que foi escalado para trabalhar lá também - Que demais! Agora mesmo que quero ir, estou sentindo falta daquele tratante. Será que os outros estão sabendo? - Não sei, mas quando chegar em casa vou procurar saber com a Manu. As inscrições para voluntários só vão até o final dessa semana, seria legal se toda a turma fosse - E elas começam em Durmstrang, depois vem aqui para a França e terminam em Hogwarts – Marie também estava animada - Vamos poder conhecer as outras duas escolas – Mad falou levantando do banco e me abraçando – Foi bom rever você, Luke. Vou pra casa, bom jantar pra vocês. E juízo, crianças! – disse subindo a escada rolante - Então, aonde quer ir? °°° - A cidade vista daqui é linda, não? – Marie me deu um beijo e deitou a cabeça em meu ombro Estávamos no alto do Arco do Triunfo. Compramos sanduíches e frutas no mercado e aparatamos até lá em cima, por sugestão dela. Era seu ponto favorito na cidade, e um dos poucos lugares onde se tinha sossego: trouxas só tinham alcance até certo ponto do monumento e fechava às 17h para visitação. Era muito comum encontrar bruxos admirando a paisagem daqui do alto à noite. - Recebi o convite do casamento do Rubens e da Nicole hoje de manhã cedo – comentei casualmente – O porteiro me entregou antes de sair - Também recebi, encontramos o Rubens por acaso ontem e ele deu em mãos, convite para nós duas. Acredita que eles já vão se casar? - Ah o Rubens sempre falou que ia casar com a Nicole assim que se formasse. Eles ficaram noivos logo que voltamos às aulas - Mas mesmo assim, eles têm a nossa idade, Ian – ela sentou de frente pra mim – Acho que nunca passou pela minha cabeça casar tão cedo - Quer dizer que se eu pedisse você em casamento agora você diria não? – falei bem sério, me segurando para não sorrir. Ela congelou - Não, não que eu fosse dizer não, mas é muito cedo – gaguejou um pouco e prendi o riso – Mas se você fizesse uma loucura dessa – disse elevando a voz para dar ênfase ao “loucura” – eu pediria para esperar ao menos mais dois anos - Mas você diria sim, mesmo pedindo para esperar dois anos? – insisti, já desistindo de ficar sério e sorrindo. Marie ficou me encarando um tempo, e balançou a cabeça sorrindo - Sim, eu diria sim – disse enfim Sorri e puxei-a para cima de mim a beijando. Também não queria casar agora, só estava a provocando, mas era sempre bom saber que a resposta seria um sim... |